No século XIX, com o advento da Família Real Portuguesa no Brasil fundou-se o primeiro Instituto dos Surdos-Mudos no Rio de Janeiro a pedido do então Imperador Dom Pedro II, não que ele estivesse interessado unicamente pela bondade e razão, mas porque sua filha Princesa Isabel concebera uma criança surda.
O primeiro surdo alfabetizado e professor que se tem história no Brasil foi Huet, ex-aluno do Instituto de Paris, a partir dele a Língua Francesa de Sinais chegou ao Brasil e começou a dar forma à Língua Brasileira de Sinais, assim a Libras não teve influência direta de uma língua com modalidade Oral-auditiva, mas sim espaço-visual, concluindo que cada língua tem origens baseadas em outras línguas de mesma modalidade.
A Língua de Sinais Brasileira mais conhecida como Libras, assim como nas línguas orais possui gramática bem como parâmetros que são:
Configuração de mãos: são formas das mãos que podem fazer parte da datilologia ou não, na maioria das vezes (pelos destros) utiliza-se a mão direita, quando canhoto, a mão esquerda e dependendo do sinal poderá utilizar as duas mãos;
Ponto de articulação: é o lugar onde a mão configurada é posicionada, podendo ser o espaço neutro, ou alguma parte do corpo;
Expressão facial e/ou corporal: as expressões faciais e corporais são de fundamental importância para o entendimento do sinal correspondente na língua oral a entonação de voz;
Orientação/direção: os sinais têm uma direção com relação aos parâmetros já mencionados. Os mesmos estão relacionados à palma da mão.
Movimento: o sinal pode ou não apresentar movimento.
Os cinco parâmetros podem ser apresentados também por siglas:
CM: configuração de mãos;
PA: ponto de articulação;
M: movimento;
EF/C: expressão facial e corporal;
O: orientação.
O alfabeto datilológico não constitui sinais, mas faz parte das configurações de mãos, assim é errôneo utilizar empréstimos linguísticos a todo o momento e afirmar que está utilizando Libras.
Percebemos então que a Libras não compartilha dos mesmos parâmetros da Língua Portuguesa, ambas são independentes e tiveram suas raízes linguísticas bem diferentes, o que acontece na maioria das vezes são comparações por parte dos ouvintes para melhor entendimento da Libras, daí a concepção que uma é a versão da outra em sinais ou oralidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário